domingo, 18 de agosto de 2013

lenda do joao de barro

Há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. O pai dela então perguntou: - Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo? - As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé. O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse: - O último pretendente de minha filha falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia. - Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei. Todos na tribo ficaram admirados com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai: - Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer. E o velho respondeu: - Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece. Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou: - Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé. Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro! Então foi naquele exato momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre. Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte. E foi assim que nasceu a Lenda do João de Barro...lindo não!

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